Perfil e formação de secretários(as) em vários países

Segundo o jornal Inglês “The Guardian”, secretários e secretárias brasileiros têm a melhor formação do mundo, sendo o único país onde “por lei secretários têm que ser registrados por agências governamentais e desde 1985 o título ‘Secretário’ só pode ser obtido após curso universitário de quarto anos de duração.”

O artigo, publicado em Abril de 2001, relaciona práticas e atitudes adotadas por líderes e entidades de Secretariado em outros países na luta por qualificação e reconhecimento. Entre elas, a criação do CAP, certificação para profissionais administrativos, da associação Americana IAAP.

Confira, abaixo, a tradução integral do artigo e no link a publicação original.

Como Secretários são reconhecidos mundo afora

“The Guardian”, 29 de Abril de 2001.

A partir de Novembro (2001), assistentes administrativos e executivos dos Estados Unidos poderão obter uma nova certificação, o ‘Certified Administrative Professional’ (CAP). O exame incluirá tópicos jurídicos e financeiros, sistemas e administração de escritório, gerenciamento e planejamento organizacional. Nos Estados Unidos, 58 mil profissionais administrativos são certificados e, segundo a Associação que administra o teste, IAAP, ter uma certificação pode elevar o salário em cerca de US$ 2.200.

Na Inglaterra, 47% dos profissionais que participaram da Conferência do Instituto Britânico de Secretárias (IQPS), no ano 2000, tiveram a inscrição paga pelos empregadores. A maioria dos membros tem formação superior, reforçando o perfil da entidade constituída em 1957 pela primeira profissional a obter o diploma universitário na área administrativa (LCCIEB).

As Secretárias da Nova Zelândia desenvolveram uma técnica de treinamento conhecida como “carreira ao inverso”. A ideia é identificar as habilidades necessárias para desempenhar as funções do cargo que desejam ocupar em cinco anos. Depois elas buscam aprimorar-se naquelas habilidades ao final dos cinco anos estão aptas a ocupar a posição desejada.

Numa pesquisa para assistentes executivos nos Estados Unidos, a maioria dos profissionais responde que gostariam que o ‘Dia da Secretária’ fosse reconhecido com uma oportunidade de participar em treinamentos ou cursos de qualificação, pagos pela empresa. Mas na prática, cerca de 20% foram presenteados com um almoço e alguns poucos receberam presentes. Secretárias receberam flores e outros ganharam dias folgas. Pelo menos um profissional, segundo a pesquisa, foi surpreendido pelo chefe com um calhamaço de papeis para arquivar e mais trabalho que o normal.

Um dos assuntos mais polêmicos acerca de reconhecimento e status na profissão administrativa ocorreu no ano passado (2000) quando a Associação de Secretárias Jurídicas (NAILS) nos Estados Unidos acrescentou um slogan ao nome da entidade que diz “associação para profissionais da área jurídica”. Advogados foram contra o slogan, mas a presidente da associação, Connie Maslowski respondeu com firmeza. “Somos autoridades competentes em nossa área de atuação, proficientes, capazes e hábeis para o trabalho. O termo ‘profissional jurídico’ se aplica também aos que conhecem a ética e se submetem a ela, agem com dignidade e graça mesmo em situações conflituosas, respeitando o direito dos outros e compreendendo suas fragilidades, além de trabalhar em equipe para fazer do escritório um lugar melhor.” Os advogados não tocaram mais no assunto.

Os secretários com a melhor formação do mundo estão no Brasil, onde por lei os secretários têm que ser registrados por agências governamentais e desde 1985 o título de “Secretário” só pode ser obtido após completar um curso universitário de quarto anos de duração.

Internacionalmente, a demanda por secretários com melhor formação é resultado do corte de custos nas empresas e os secretários acabam absorvendo as funções daqueles que vão sendo demitidos. É por isso que líderes na área do secretariado têm motivado os profissionais a promover a profissão como uma das mais qualificadas em áreas como IT e gestão de escritórios.

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Tradução: Nayara Bermudez

Publicação original: https://www.theguardian.com/money/2001/apr/30/officehours2#article_continue