Estive no último mês em um evento muito bacana. Nível nacional.

Ele reúne muitos perfis de nossa categoria, de estudantes a profissionais mais maduros e de longa data. Isso me encantou. Nunca tinha vivenciado um contato próximo, e diversificado,  com pessoas mais experientes na profissão. Pessoas que alicerçaram algumas das diretrizes que hoje conhecemos no Secretariado.

Para começar, conheci duas personalidades, cujas idades eram maiores que 65 anos. Elas estavam lá, firmes, fortes e atentas ao que o mercado expunha enquanto pesquisa científica, bem como no tocante aos novos assuntos que o secretariado mais dinâmico tem levado em consideração. Uma mescla de assuntos que fomenta conhecimento e parcerias.

E das conversas todas vieram-me muitas reflexões: a vastidão flexível, sapiência, desbravamento e a convicção do quanto, todos que entram e desenvolvem esta profissão, são realmente detentores do poder mágico e eloquente que só o secretariado nos traz. É um ponto de contato muito forte.

Somos um tanto de profissionais que, ao nos encontrarmos, conversarmos e trocarmos  pontos de discussão, temos, na maioria das vezes, a disponibilidade de escutar o outro, sendo este comportamento mister em nossa atuação: somos faceiros ouvintes de uma plateia que nos escolhe como mãe, confidente, psicanalista, guru, mas, principalmente, aquele indivíduo que se compadece e, também, soluciona quase todos os problemas. Geralmente, quem não compartilha a escuta, o sentir a ideia e a resolução, não permanecerá no rol dos melhores secretários que conhecemos.

Vi, dentre tantos posicionamentos, que profissionalismo é muito mais que uma simples competência escrita nos anuários de psicologia, retratando ao recrutador quem se contrata ou quem se descarta. Pude constatar que profissionalismo é também zelar por uma área, uma profissão, um cargo e uma categoria, e acima de tudo, comprometer-se. Se descrevo sobre força mais atuante, falo sobre lutas, sobre reconhecimentos, sobre ter posicionamento, não necessariamente político, mas de visão de uma profissão que prospera em devaneio de marketing fantasioso. Esquecemos que algumas pessoas estão lá, nas bases das criações de entidades que podem e querem representar algo mais concreto, com apoio de profissionais que são sentinelas do conhecimento, de universidades, de projeções de futuro, e das consequentes auguras que sofremos pela desunião da classe.

E que tipo de profissionalismo é esse?

Começando pelo apoio dos colegiados que nos representam, em meio às federações, prestigiando suas empreitadas para manter-se vivo  e edificando as ramificações exigidas para a manutenção de uma categoria, qual seja, o conhecimento e a construção de pontes entre os seus envolvidos. Construir estas pontes é também bater em retirada ou avançar com afinco perante direitos e deveres.

Prestar conhecimento, apoiar universidades e escolas técnicas, promover eventos, sejam gratuitos ou pagos, mas que potencialize o conhecimento e o direcionamento de nossa profissão. Tem que ter capilaridade, união, desejo e muita consciência do todo. Isto vem de acordo com o mútuo comportamento do “vamos nos aglutinar, para juntos,  colher  os frutos dos possíveis resultados da união”.

Vi, naquele evento, que muitos estão à frente do seu tempo, outros que caminham juntos, e alguns que nem sequer querem entender o porquê ou como a profissão está se estabelecendo. As vias e formas de estabilização do cenário político econômico podem ou devem sucumbir a algumas formas de prerrogativas do ainda viver de uma categoria.

Quanto você se compromete com este profissionalismo? Quanto isto é trivial, comum ou sem significado para a categoria?

No entanto, se autoridades  não se solidarizam, queremos manter nossa categoria viva, de frente com as mudanças do mercado, de acordo com o que queremos para o Secretariado. Precisamos fazer acontecer e acreditar em quem nos representa. Manter o nosso profissionalismo estreito e ativo com aqueles que podem nos representar quando  nos socorremos aos direitos e as benesses de fazer parte daquele.

O profissionalismo também se traduz nas correntes que estão prontas para nos apoiar e viver de Secretariado e, em sua gênese, de secretariado honesto, contundente e, porque não, científico.

Um pouco de “glitter” sempre será bem-vindo, mas viver só dele, pode soar como névoa de domingo de manhã, que vai embora e dá lugar ao Sol. Para o Sol, temos todo o tempo do mundo, porque ele é vital, consistente e brilha para todos, ou seja, ele é indistinto, porque tem como objetivo saudável, tratar a todos como recebedores de sua energia e calor.

Sigamos nosso caminho, do Secretariado, sendo, suportando e deixando que o Sol, fielmente, brilhe para todos.

CORA FARIA LIMA
Assistente executiva há 10 anos, insatisfeita, eterna estudante, toma café sem açúcar. Fã de secretariado e que acredita que a profissão não pode parar de crescer.
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