Hoje vamos falar de alguns assuntos que têm causado dor de cabeça a muitos Professores e Coordenadores de Cursos:

  1. Como manter abertos os cursos de Formação em Secretariado – Nível Técnico e Superior (Tecnólogo e Bacharelado)?
  2. Como estimular a reabertura dos cursos que foram fechados e que já foi referência de Formação (em São Paulo e outros estados)?
  3. O que faz um curso ser mantido, independentemente de serem técnico ou superior, de instituição pública ou privada?
  • Demanda de alunos

Cada instituição estabelece o seu ponto de equilíbrio, na relação custo/benefício, o qual precisa ser atingido para que os níveis decisórios delas autorizem que o curso de Secretariado seja oferecido.

  • Paradigmas da Profissão

A vocação para a Profissão é um pouco diferente das demais.

Com raras exceções, uma criança de 5 a 10 anos, fala que quer ser secretário quando crescer, a não ser que tenha alguém na família que exerça a profissão, podendo atuar como modelo e inspiração.

Normalmente, o chamado para a profissão acontece na fase do primeiro emprego. Várias funções podem possibilitar esse contato e mostrar seus atributos (recepcionistas, auxiliares de escritório,  administrativos e similares.). Essa vertente vê a profissão como crescimento profissional, salarial, status, prestígio e poder.

Um segunda vertente vem das pessoas com habilidades em idiomas, independentemente da área de formação e da vocação. O senso comum sabe que esse quesito é valorizado na profissão.

Uma terceira corrente vem de profissionais com formação em outras áreas, que atuam no Secretariado, porque o mercado de trabalho ainda aceita este critério, mesmo com a Regulamentação da Profissão ocorrida em 1985.

  • Atuação do Mercado de trabalho

Após a Regulamentação da profissão, em 1985, as Entidades de classe fizeram uma maciça divulgação ao mercado, às empresas, escolas e profissionais sobre os critérios para se contratar um profissional de Secretariado, de acordo com as Leis 7.377/85 e 9.261/96.

Esse trabalho de divulgação, orientação e informação tem sido ininterrupto por várias Entidades de classe, entre elas, o Sindicato das Secretárias e Secretários do Estado de São Paulo (SINSESP), desde 1985.

Após 30 anos de regulamentação, o número de empresas que cumprem a legislação é ainda incipiente, mesmo que tenha ocorrido um crescimento gradual e bons exemplos de algumas organizações, que promoveram, internamente, o curso de Formação de Secretariado, para regularizarem o registro de seus profissionais e/ou patrocinaram a sua realização em Escolas do mercado.

As demais empresas continuam contratando profissionais em desacordo com a legislação, abrigando outras formações, cujos prejuízos são inúmeros para a profissão, à entidade representativa, às escolas de formação.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que é o órgão legal que concede o registro profissional não se dedica a este tipo de fiscalização.

  • Diminuição dos cursos de Secretariado

Uma das características do mundo VICA (traduzido) é a ambiguidade.

VICA – é um acróstico, criado para retratar o perfil do mundo atual e tem o seguinte significado:

V – Volatibilidade

I – Incerteza

C – Complexidade

A – Ambiguidade

Mesmo que a profissão continue e tenha inclusive valorizado o seu perfil e imagem, os cursos de formação, nível técnico e superior, diminuíram, sensivelmente, nos últimos anos. E continuam diminuindo…

Não temos ainda respostas para explicar de maneira condizente esse fenômeno, mas temos alguns caminhos para seguir e propiciar a mudança dessa realidade.

Na semana que vem continuo nossa conversa com a Parte 2 desse texto.

Até lá!

MARIA ELIZABETE SILVA D’ELIA (Bete D’Elia)

Coach, Palestrante, Instrutora de Cursos, Consultora